Os pontos turísticos de Laguna, em Santa Catarina, são tão relevantes que a colocam em diferentes rotas turísticas. Ela faz parte do mapa turístico Encantos do Sul e também da Rota da Baleia Franca.
E oferece vários tipos de experiências, como um famoso carnaval, belas praias, lagoas com golfinhos, ecoturismo, patrimônio arquitetônico e é berço histórico da nossa República.
Sem dúvida, durante o meu roteiro pelo Sul de Santa Catarina, essa é a cidade que mais me surpreendeu, justamente pela diversidade de atrativos e riquezas culturais. Confira agora tudo o que fazer em Laguna, no SC.
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Tudo sobre os pontos turísticos de Laguna
Como chegar em Laguna, SC
Existem dois aeroportos mais próximos da cidade para você conhecer os pontos turísticos de Laguna. O primeiro é o Aeroporto Regional Sul – Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, a 55 km. O local recebe 2 voos diários. Um da Azul, cuja origem é Campinas; e o outro Guarulhos, em São Paulo.
Já o aeroporto de Florianópolis tem mais opções diárias de todo Brasil, porém fica a 120 km. Se essa for sua opção leia o artigo sobre como sair do aeroporto de Florianópolis.
De Jaguaruna, a forma mais prática de chegar em Laguna é pela SC-100 ou pela BR-101 (via Tubarão). Eu cheguei por Jaguaruna, mas fiz outras paradas na Serra antes de ir para o litoral Sul.
Conto mais no post sobre um roteiro pelo Sul de Santa Catarina. No pequeno aeroporto, há duas locadoras de carro, caso não tenha feito a reserva na RentCars antecipadamente. E para quem não quer dirigir, existem algumas alternativas via Tubarão.
- Ônibus: há ônibus que partem de Jaguaruna e seguem para Tubarão (10 reais) e de Tubarão para Laguna (15 reais).
- Uber: pelo aplicativo, você pagará cerca de 85 reais para sair do aeroporto de Jaguaruna para Laguna em cerca de 50 minutos de viagem. Saiba que esses valores são de outubro de 2019 e é necessário que você os atualize na época da sua viagem.
- Transfer: quem fez o meu transfer em todo o sul de Santa Catarina foi a Ao Sul Natural.
Já de Florianópolis existem as seguintes opções (além de alugar carro na RentCars ou no próprio aeroporto)
- Ônibus: média de 50 reais com duração de 2 horas de viagem.
- Transfer: consulte a Ao Sul Natural e a Roteiros do Sul.
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O que fazer em Laguna
- Presenciar a protocooperação dos golfinhos
- Observar baleias
- Subir no Mirante do Morro da Glória
- Visitar o centro histórico
- Orla da Lagoa de Santo Antônio
- Conhecer Anita Garibaldi
Presenciar a protocooperação dos golfinhos
Laguna é a Capital Nacional dos Golfinhos (Botos) Pescadores. E aqui vai uma explicação: golfinhos e botos são biologicamente os mesmos animais, o que muda é somente a forma de chamá-los de acordo com a região.
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Normalmente, são popularmente chamados botos aqueles que vivem em água doce, já golfinhos são nomeados quando eles estão em águas salgadas. Mas que fique claro que a nomenclatura varia de lugar para lugar, mas são os mesmos.
São cerca de 50 golfinhos que vivem no Canal da Barra da Laguna, declarado Santuário Ecológico dos Golfinhos. Dá para presenciar a interação da margem do canal no lado de Laguna. É um dos principais pontos turísticos de Laguna.
Minha dica é que você almoce no Boião, um restaurante típico de Laguna que fica do outro lado do canal (a travessia de barco custa R$ 3) e já observe da varanda do restaurante alguns golfinhos se exibindo para os clientes.
Depois da refeição, volte para as margens do canal para apreciar algo incrível: a protocooperação, que nada mais é do que quando duas espécies diferentes colaboram entre si para o mesmo fim. Nesse caso, 20 dos 50 golfinhos que vivem em Laguna ajudam os pescadores a pegar peixes.
A ação conjunta funciona assim: no Canal da Barra da Laguna existem 11 pontos de interação. Os pescadores ficam parados no meio da lagoa com a tarrafa nas mãos (espécie de rede).
De forma surpreendentemente inteligente, os golfinhos ficam nos molhes na barra, que tem cerca de 1 km de extensão, e interceptam os cardumes. Esse local é onde acontece o encontro das águas das lagoas e do Rio Tubarão com o mar.
O papel dos golfinhos é cercar os cardumes e conduzi-los canal a dentro até bem próximo de onde ficam os pescadores. No momento oportuno, os golfinhos avisam com um pequeno salto para fora da água que é hora do pescador lançar a tarrafa.
Assim, o pescador consegue capturar os peixes com o sinal dado pelos golfinhos, mesmo sem enxergar o cardume, pois eles ficam dentro da água até a cintura, vestidos de macacão pantaneiro, uma roupa feita com um material impermeável.
Vale lembrar que essa protocooperação existe há cerca de 150 anos e é algo natural, não foi treinado para acontecer.
Simplesmente, algum golfinho percebeu que ao indicar aos pescadores sobre a hora certa de lançar a tarrafa acontecia algo bem interessante: sobravam alguns peixes para ele também. Por isso, é um dos pontos turísticos de Laguna mais legais.
Isso porque, ao verem a tarrafa, muitos peixes se assustam e nadam para o lado oposto e adivinha quem fica bem no meio do caminho com a boca aberta? O golfinho esperto e pescador!
Em resumo: eles fazem isso para se alimentar com o resto dos peixes que fogem da captura. Essa pesca artesanal com o auxílio dos golfinhos só pode ser vista em mais dois outros lugares no mundo: na Austrália e Mauritânia (África).
Eu presenciei a pesca com o auxílio dos golfinhos e posso afirmar que é uma simbiose perfeita e natural. Durante a minha observação, quem deu o ar da graça foi o golfinho Elétrico. Sim, eles são tão conhecidos pelos pescadores que ganharam nomes, como Tafarel, Dolores, Chega-Mais, Táxi, Borrachinha, Mandala entre outros.
É preciso paciência por parte dos pescadores que esperam a condução e sinalização dos golfinhos e também dos visitantes para presenciar a protocooperação.
Os golfinhos são mamíferos adoráveis. E como Capital Nacional dos Golfinhos Pescadores, você terá a oportunidade de observa-los em Laguna nos auge dos seus 2 a 4 metros e 200 kg.
Outra dica esperta é: a época do ano quando ocorrem as maiores interações são nos meses de maio a julho, durante a temporada de pesca da tainha. Mas, na verdade, ocorre o ano todo. Eu fui em outubro e pude ver direitinho os golfinhos em atuação.
Não existe melhor horário para a observação. Se você chegar e ver os pescadores parados no meio da lagoa, pode esperar para assistir ao espetáculo.
Observar as baleias Francas
Laguna faz parte da Rota da Baleia Franca (conheça o site oficial) e faz parte da APA, a Área de Proteção Ambiental, que vai do Sul de Santa Catarina até o Cabo de Santa Marta, estendendo-se em 130 km de costa marítima.
Essa área é protegida para que a Baleia Franca (Eubalaena australis) possa se reproduzir entre os meses de julho a outubro. Sendo outro dos pontos turísticos de Laguna que vale a pena.
Em Laguna é mais fácil avistar as baleias bem no início da temporada quando elas passam pela cidade, vindas da Antártica para terem seus filhotes nas águas mais quentes de SC.
Embora, os melhores pontos para observação estão nas cidades de Garopaba e Imbituba. Descubra mais no post sobre a Rota da Baleia Franca.
Subir no Mirante do Morro da Glória
Para você ter uma ideia da distribuição territorial e localização de Laguna, sugiro que você suba o Morro da Glória. É daqui que você verá também um marisma, que é a última região de mangue do Sul do Brasil.
Visto de cima, ele parece uma ilha, mas na verdade é responsável pela sobrevivência dos peixes de toda essa região.
Ao todo, Laguna tem 3 bacias hidrográficas, 7 lagoas, 3 ilhas, 16 praias e 2 cabos. Em um deles está o Farol Santa Marta, um dos pontos turísticos mais famosos de Laguna.
Infelizmente não pude conhecer, pois um fenômeno chamado popularmente de Dunas Caminhantes invadiu a pista que leva até farol, que fica a 14 km do Centro de Laguna, interditando o acesso.
Do Mirante da Glória, você também verá o Centro Histórico de Laguna e, com sorte, assiste a um lindo pôr do sol nesta que é uma das opções de pontos turísticos de Laguna.
Centro Histórico de Laguna
Esse é um ponto turístico de Laguna que vale muito a pena. Reserve ao menos meio dia para isso, pois há muito o que ver.
São mais de 600 prédios tombados pelo Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que remetem à sua fundação, por volta de 1676. Na verdade, os imóveis mais pomposos passaram a ser construídos pelas famílias portuguesas, vindas dos Açores entre 1749 e 1756.
Essa colonização deixou marcas interessantes chamadas de arquitetura Luso-Brasileira, com fachadas mais simples, duas janelas e telhados em duas águas.
Outros prédios também carregam o estilo arquitetônico do Eclético, que nasceu no final do século 19 quando começaram a chegar os primeiros alemães e italianos atraídos pela exportação de carvão e movimentação do porto de Laguna.
Os traços do ecletismo são prédios mais trabalhados, com maior preocupação com elementos decorativos, vidros florais e telhados em quatro águas. Por fim, você também vai se deparar com o Art-déco (aquela arquitetura que predomina em Miami).
Esse estilo surgiu nos primeiros anos do século XX, com a decadência do porto de Laguna, quando os traços arquitetônicos voltaram a ser mais simples e retos, características predominantes no Art-déco.
Veja quais são os prédios imperdíveis:
Cine Teatro Mussi
Fica na Orla da Lagoa de Santo Antônio. É um os prédios mais emblemáticos da cidade, construído entre 1947 e 1950. E o mais interessante é que por dentro o espaço está bem preservado e é onde funciona o Sesc.
Inclusive, existe uma programação cultural fortíssima promovida pela administração. Para você ter uma ideia, a agenda do mês de outubro, quando visitei Laguna tinha filmes, peças teatrais, oralidades, excursões entre outros.
Mercado Público
Também com arquitetura atual da década de 50, o Mercado Público de Laguna viveu seus dias de glória em 1.897 quando ele era frequentado pelas famílias mais abastadas. Ele passou por um incêndio criminoso em 1939, vindo a ser totalmente reconstruído em 1956.
Paço Municipal
Esse casarão de 1735 foi o primeiro a ser construído para a fundação da Vila (nome?). O espaço já foi cadeia e Casa da Câmara. Foi de uma das suas janelas que Laguna fez história ao declarar a República Juliana em 1839, durante a Guerra dos Farrapos.
Na sua frente, está a estátua mais emblemática de Anita Garibaldi inaugurada em 1964, personagem importantíssimo para Laguna e heroína do Brasil, Itália e Uruguai. Falo mais sobre ela adiante.
Fonte Carioca
Esse lugar mistura lendas apaixonadas com registros históricos importantes. A Fonte Carioca é conhecida por ser a fonte dos namorados e jura-se por aqui que quem bebe das suas águas consegue casamento.
Historicamente, ela foi construída em 1863 e seus tanques foram feitos de mármore carrara. Uma de suas lendas é que ela era ponto de encontro de Anita com Garibaldi.
Igreja Matriz Santo Antônio
No local onde hoje é a Igreja Matriz Santo Antônio existia em 1696 a primeira igreja da cidade. A homenagem ao santo foi feita pelo fundador Domingos de Brito Peixoto.
Dentro da igreja vale a pena conferir a obra de 1856 do pintor catarinense Victor Meirelles da Imaculada Conceição.
Visitar o Marco de Tordesilhas
Agora, chegou a hora de entender como Laguna ocupa um lugar tão importante mesmo antes do “descobrimento” do Brasil. O primeiro motivo é que um dos pontos turísticos de Laguna, em Santa Catarina, é o Marco de Tordesilhas. Cravado no chão do Centro Histórico, ele fica onde estava a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas.
Se você está esquecido das aulas de história da escola, dou uma rápida explicação baseada no que rememorei com o guia @juliocesarvicente. Ele sabe tudo sobre Laguna, baleias, golfinhos e a parte histórica. Recomendo muito o seu trabalho.
Pois bem, em 1493, havia um acordo entre Portugal e Espanha chamado “Bula Inter Caetera” que dividia o mundo a partir de 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde a oeste para Espanha e ao Leste, para Portugal. Entretanto, esse último país não estava satisfeito.
E, em 1494, representantes de ambos os países e o Papa se reuniram na Espanha na cidade de Tordesilhas para mudarem de 100 léguas a partir das Ilhas de Cabo Verde para 370 léguas. Nascia então o Tratado de Tordesilhas.
Com essa ampliação, a linha de Tordesilhas passava por dois lugares do Brasil: uma linha passava em Belém do Pará; e outra em Laguna, Santa Catarina. Toda faixa de terra entre essas duas linhas pertenceria a Portugal.
Na ilustração acima a Bula Inter Caetera está em pontilhado e a linha roxa, está o novo Tratado de Tordesilhas já pegando Laguna. Na prática, isso significa que mesmo 6 anos antes do próprio “descobrimento” do Brasil, essas terras já estão no contexto histórico-internacional pelas linhas de Tordesilhas.
E muito antes disso, em 1948, é sabido que Vasco da Gama já havia passado por aqui durante a rota comercial portuguesa com especiarias das índias. Há registros também feitos por Bartolomeu Dias no seu diário de 1488.
Depois de Tordesilhas, o Sul do Brasil passou a se desenvolver a partir de Laguna, que tornou-se um posto avançado de Portugal para invadir as terras da Espanha que ficam além das linhas de 370 léguas (não pensem que eles pararam de brigar depois desse Tratado).
Inclusive, o que conhecemos hoje como Rio Grande do Sul ficou após a linha imaginária e pertencia à Espanha. E era de Laguna que os portugueses saíam, navegavam pelo Rio da Prata rumo a Colônia de Sacramento (Uruguai), que também pertencia à Espanha. Essas brigas constantes dariam fim ao Tratado de Tordesilhas, em 1777.
Com a extinção da linha imaginária em Santa Catarina, Sete Passos das Missões (hoje Rio Grande do Sul) passaria a ser de Portugal. Mas a transferência do RS para Portugal, dava-se início a outro conflito. Dessa vez, entre os moradores do Sul do Brasil com os próprios portugueses.
Isso porque a monarquia portuguesa só queria mais terras, mas pouco se importava com as condições de vida dos colonizados. Um exemplo prático é que o RS criava gado para produzir charque e vender para o restante do país. Diante dessa necessidade, Portugal encarecia o preço do sal (principal conservante da carne) e aplicava impostos altíssimos.
Tudo para lucrar em cima dos produtos brasileiros. Isso causava revolta na população e ocasionou a Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, que tem tudo a ver com o próximo ponto turístico de Laguna. Confira abaixo!
Conhecer Anita Garibaldi
Se em Laguna o único atrativo fosse a história de Anita Garibaldi já valeria a pena a visita. Eu amei de verdade. Anita Garibaldi ou Ana Maria de Jesus Ribeiro, seu nome de batismo, nasceu em Laguna por volta de 1821 (não se sabe com certeza).
Ela era uma jovem à frente do seu tempo, época na qual mulheres não tinham voz e jamais participavam de movimentos políticos ou sociais. Porém, Anita era diferente e sempre tinha opinião para tudo e as demonstrava em público.
Tudo indica que ela desenvolveu esse interesse pelas causas mais nobres quando ainda muito jovem e era levada pelo seu tio Antônio da Silva Ribeiro para reuniões clandestinas contra o regime monárquico português, que cobravam altíssimos impostos e taxas de importação.
Esses encontros teriam despertado em Anita o gosto pelo debate e pelas ações. Em 1834, aos 13 anos, Anita sofreu abuso sexual e, quebrando os padrões da época, denunciou o seu abusador. Vale lembrar que nessa época e, infelizmente, até bem pouco tempo atrás, a mulher era responsabilizada pelo assédio que sofria e tinha que calar-se por medo de represálias.
Então, sua mãe para amenizar as fofocas, acabou arrumando um casamento com um sapateiro, bem mais velho que Anita. O casamento foi feito na Igreja Matriz Santo Antônio e o lugar onde ela se vestiu para o casamento é onde hoje funciona o Museu Casa de Anita, um dos pontos turísticos de Laguna imperdíveis.
É claro que essa união arranjada não durou muito e logo Anita foi abandonada. Porém, sua vida iria mudar totalmente com a chegada dos republicanos em Laguna. Eles começaram a chegar depois que estourou o Movimento Republicano do Brasil em 1834, liderado por Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
Lembra da história da extorsão portuguesa em cima da charque? Pois esse foi um dos estopins do movimento. Bento Gonçalves acabou sendo preso, mas ainda assim fez contato com Giuseppe Garibaldi, revolucionário italiano que estava no RJ à época.
Com uma fuga memorável, com o auxílio da Maçonaria brasileira, e com a pólvora patrocinada pelo Uruguai, tinha início a Guerra dos Farrapos. Dessa vez com Garibaldi como Capitão do Mar da República. Por conta de um bloqueio no mar feito pela Monarquia portuguesa, Bento Gonçalves e Garibaldi construíram barcos puxados por rodas e saíram do Rio Grande do Sul, chegando em Laguna.
E foi aí que a cidade tornou-se Porto da República em julho de 1839. E da janela do que é hoje Paço Municipal foi declarado: Laguna, livre e independente do Império Português! E foi nesse contexto histórico que Anita chamou a atenção de Garibaldi. Narra-se que foi amor a primeira vista. Juntos eles planejaram e lutaram em vários embates pela República brasileira.
Obviamente que o Império português não ia deixar barato e quatro meses depois de Laguna tornar-se a Capital da República Juliana (esse nome é porque foi declarada em julho), ela sofria uma derrota humilhante. A célebre batalha naval de Laguna foi uma carnificina.
A monarquia portuguesa invadiu o porto da cidade com 28 barcos com 2 mil homens em seus porões e outros 3 mil pela lagoa. Enquanto isso, Garibaldi tinha apenas 4 barcos e 1.500 homens. Desses, 800 estavam mortos em menos de 3h de conflito.
Anita e Garibaldi conseguiram fugir. Isso aconteceu em 15 de novembro de 1839, exatos 50 anos antes da Proclamação da República oficial. Dessa forma, podemos dizer que Laguna precedeu esse fato em cinco décadas e, pode ser considerada a primeira capital da República do país.
Com essa derrota, Anita fugiu o Uruguai onde ainda participou da luta contra os argentinos. Depois seguiu para a Itália, onde o casal se envolveu na luta pela unificação da península. Logo, ela é conhecida por ser a heroína dos 2 mundos, porque lutou na América do Sul e na Europa.
Inclusive, na Itália há alguns monumentos em homenagem à Anita. Em Roma, Anita é representada em cima de um cavalo com as patas dianteiras no ar, que significam muita bravura. Em uma mão há uma arma e no outro braço, uma criança.
Apesar de marcante, a vida de Anita foi muito curta. Após ter seus três filhos com Garibaldi (um no Uruguai e 2 na Itália), ela morreu aos 28 anos, vítima de malária, provavelmente contraída em combate na Itália. Essa é uma parte da história que você pode encontrar no Museu da Casa de Anita.
O prédio é tombado pelo Iphan e é um dos locais mais visitados da cidade. O espaço também guarda uma urna com terra da sepultura de Anita, que está no cemitério de Ravena, na Itália. Em Laguna também dá para ver a casa onde Anita morou com seus pais.
O Museu Casa de Anita funciona de terça a domingo, das 9 às 17 horas. O ingresso custa 6 reais e estudantes e idosos pagam meia-entrada, com comprovação.
Contemplar a Orla da Lagoa de Santo Antônio
Depois de tanta história, está na hora de fazer algo leve para absorver tanta riqueza cultural que Laguna reserva. E nada melhor do que fazer isso na orla da cidade.
Para isso, existem uns banquinhos de madeira na região onde era o antigo cais. É lá que tem o letreiro com o nome da cidade para fotografar, que fica ao lado do Mercado Público Municipal.
Em um giro 360 é possível avistar o prédio do Cine Teatro Mussi (citado anteriormente) que fica ao lado dos fundos da casa original onde Anita morou. Na própria Rua Gustavo Richard tem muitos casarões coloridos que compõem o cenário. Com sorte, você poderá pegar um pôr do sol incrível, como eu contemplei.
Dicas de pontos turísticos de Laguna
Para mim, Laguna é um destino perfeito ao Sul de Santa Catarina. Tem natureza, golfinhos, baleias e muitas histórias para contar. Até para os menos saudosistas do que eu, sentirão toda a vibração dessa cidade.
É impossível não imaginar o que aconteceu outrora nas suas ruas, lagoas, no seu mar e tudo que ainda acontece: os golfinhos pescadores, as baleias que chegam para ter os seus filhotes, a bravura de Anita, sua paixão por Garibaldi e todas as demais surpresas que o destino oferece. Não hesite. Vá a Laguna!
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Até + !!!
A viagem a Laguna foi um convite da Rota da Baleia Franca, receptivo da Ao Sul Natural com apoio do SebraeSC, mas as opiniões são de livre expressão da autora.
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